A superficialidade universitária

O ensino universitário basta para formar um bom profissional? Existe um problema de superficialidade universitária, em que os cursos, inclusive o de Direito, não conseguem romper?

Antes de entrar no mérito, é necessário fazermos uma pequena e interessantíssima análise crítica do sistema educacional brasileiro. Já a tempos atrás, foi implementado como método educacional pelo MEC (Ministério da Educação) uma forma passiva de aprendizagem. Este é observado ao passo que os professores tendem a ditar conteúdo ou escrever na “famosa” lousa e, a única função dos alunos é copiar e absorver conteúdo de forma mecânica e padronizada que, na maioria das vezes ou talvez em sua totalidade, é pura teoria.

Assim é a vida de um graduando dos mais diversos cursos e, principalmente e de forma preocupante, o graduando de Direito. Desde o começo da faculdade, nos é imputado uma forma instrutiva passiva de educação, em que inúmeros professores dissertam rapidamente o conteúdo programado para a aula do dia, como se o mais importante fosse cumprir uma meta e não fazer o aluno aprender de uma forma definitiva tal assunto.

E, não contentes com isso, no decorrer da aula, há uma atenção maior a teoria, do que a prática propriamente dita. E o que isso acarreta de positivo para a vida do (a) acadêmico (a) e futuro (a) advogado (a) ou qualquer outro profissional do Direito? Um resultado insatisfatório!

No começo do curso não há essa percepção, mas finalmente quando “cai a ficha” já é tarde e temos que apelar para cursos práticos de gestão advocatícia, modelos de peças prontos ou qualquer outra forma de sanar uma lacuna que foi passada desapercebida.

No meu caso, mesmo passando por dois anteriores estágios e 4 (quatro) anos de faculdade, só fui aprender a real advocacia no meu estágio mais recente e atual e ainda a trancos e barrancos. Ao mesmo tempo que me sinto feliz por ter aprendido antes de exercer a advocacia que é meu verdadeiro objetivo (claro, falta muito ainda e levando em conta que estamos em um constante aprender), fico triste por ter demorado tanto para isso.

Contudo, me questiono se foi culpa minha ou do nosso ‘querido e amado’ sistema superficial universitário.

Levando em conta que muito provavelmente esse sistema não irá mudar tão cedo, tanto na prática como na teoria, faço dois apelos:

Primeiramente, aos graduandos e já graduados, como futuros juristas: estejam em constante aprimoramento e contínuo saber! Não se contentem com o que a faculdade ensina, pois não é o suficiente e a vida profissional…esta é muito diferente da do papel!

E, em segundo lugar, aos professores universitários. Por favor, mesmo em meio ao limitar das diretrizes acadêmicas, procurem sempre lincar a teoria com a prática, voltando-se a um método ativo de estudo.

Com essa pequena análise crítica e conselhos dados para ambos os polos educativos, devo concluir que necessitamos mudar e rápido a nossa forma de pensar e ‘virar a chavinha’ do nosso método de absorção. E, se isso não for possível ou não for suficiente, que façamos o nosso 1% todo dia!

BIBLIOGRAFIA

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Rachel Melchert

Acadêmica do 5º ano de Direito do Centro Universitário Armando Alvares Penteado (FAAP - SP). Membro colaborador da Comissão de Acadêmicos de Direito da 116º Subseção do Jabaquara - Saúde da OAB - SP. Membro articulador do Grupo de Estudos de Direito Civil da FAAP (GEDC - FAAP). Entusiasta e pesquisadora do Direito Imobiliário e Empresarial. Colunista do Blog JusTalks.
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