A mitologia da faculdade de nome

Atualmente, tem-se demonstrado como um tema de grande repercussão no mundo acadêmico o fato de, diretamente ou indiretamente, atrelarmos o nome da faculdade ao ímpeto e desempenho do(a) aluno(a).

Interessante esse fato, pois é totalmente ilusório! Há uma irreal percepção de que, se a faculdade é cara, certamente os alunos irão passar no Exame da Ordem e nos demais concursos pelo país.

Por um lado, claro, devemos admitir que àqueles que estão estudando em Universidades de renome ou que pressupõe um maior poder aquisitivo para estudar em tal faculdade, tem um “maior privilégio”. Entretanto, não é porque estão em um local mais caro que tem e terão uma educação melhor do que as menos reconhecidas. É evidente que não!

As pessoas que estudam em faculdades que o valor mensal é maior, não estão lá simplesmente por poderem pagar tal quantia, mas por mérito. Engana-se quem pensa o contrário pois, se estes passam 5 (cinco) anos de suas vidas estudando, passando pelas adversidades acadêmicas e administrativas, então sim, eles merecem estar em qualquer patamar que estejam por M-É-R-I-T-O.

Então sim, passam o mesmo “perrengue” que um estudante que tem um menor poder aquisitivo, estudam horas e horas, passam por provas, são testados psicologicamente e fisicamente todo dia para que, no final, sejam catalogados com uma simples nota, ou seja, o resultado é mais valorizado do que o processo para chegar em tal resultado.

Fazendo o contraponto deste artigo, venho falar das faculdades que não sāo de renome, como a minha por exemplo, que faz parte daquele grande circulo de cursos de direito espalhado pelo país, tendo ainda que ouvir professor dizer que somos “burros por pagar cursinhos para OAB”. De fato, isso não se torna totalmente inverossímil, porém, discordo diametralmente desse comentário fora da realidade da práxis acadêmica de hoje.

A atividade acadêmica nos faz apenas nos entristecer, parafraseando aqui José de Alencar em sua ilustre frase:

“Todo discurso deve ser como o vestido das mulheres; não tão curto, que nos escandalizem, nem tão comprido, que nos entristeçam”.

In casu, o curso do direito nos entristece por ser tão cumprido e cansativo, maçante, e totalmente mecanicista um aprendizado que passou da porta da sala de aula já não enfrenta o mesmo parâmetro por estar fora do escopo entre ficção e realidade jurídica, somos preparados apenas para teorizar e não solucionar problemas, ainda mais vindo de uma instituição com o conteúdo defasado por um sistema EAD capenga.

Como foi mencionado, assim como tem os preconceitos quem tem poder aquisitivo em cursar uma boa universidade, tem o contra de não cursar uma universidade de qualidade, você é simplesmente deixado de lado e julgado pelo seu diploma e onde se graduou, parece ser bem abstrato e trivial isso, porém, não!

A realidade acadêmica está longe de ser perfeita e somos cobrados num paradoxo extremamente complexo, na qual seria a melhor forma? Cursar numa instituição qualificada e ser “privilegiado” ou cursar numa universidade barata com um curso prêt-à-porter, no qual apenas serve para você se tornar mais um bacharel no mundo e jogado no mercado jurídico altamente competitivo.

 

E agora? Quem poderá nos defender? O Chapolin corolado?

Scientia vos liberat.

“O conhecimento liberta você”.

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O fim do curso de Direito?

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Rafael Souza

Bacharel em Direito pela Faculdade Das Américas (FAM). Membro colaborador da Comissão dos Acadêmicos de Direito da 116a Subseção Jabaquara- Saúde da OAB/SP. Membro Assistente da Comissāo de Direito Constitucional e Filosofia e Argumentaçāo da 116a Subseção Jabaquara- Saúde da OAB/SP. Membro assistente do IGOAI (International Group of Artificial Intelligence) Colunista do Blog Justalks.
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Atualmente, tem-se demonstrado como um tema de grande repercussão no mundo acadêmico o fato de, diretamente ou indiretamente, atrelarmos o nome da faculdade ao ímpeto e desempenho do(a) aluno(a).

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