O mundo está se tornando uma Deep Web dele mesmo, a sociedade obstinada em meio crises, caos econômico, social, cultural, político e artístico, inovando conceitos nos quais nem eu imaginava existir. A sobrevivência sobrepõe a qualidade do Ser, em manter-se vivo no jogo.
A sociedade num todo, como forma de se manterem vivos, sendo programados desde seu nascimento até sua vida adulta, jogando um jogo que não altera o placar da vida real. As pessoas não se arriscam, apenas ficam ali em seu campo prático, e quando tomam coragem, tem receios de fracasso, pois a programação enraizada no mundo social e político é de fazer pressão para que tenha insucesso.
Tal facilidade em se desfazer de tudo, se desfazer dos objetivos, dos conceitos, visões, e até crescimento profissional, limita-se num muro invisível. É perigoso para quem não tem olhos para o mercado, apelando pela sua permanência como funcionário operacional (batedor de ponto), como vejo no direito, e como o dever-ser em outras profissões, cada vez menos prestando atenção nos fenômenos do mundo, e mais preocupado se vai chegar atrasado em seu emprego, ou curtidas nas redes sociais.
Coloca-se em xeque em qual realidade deva ser levada a sério, qual realmente é o caminho certo? Quando podemos mudar esse script do automatismo e sobrevivência do cotidiano? Isso se deve uma culpa totalmente do jogador? Ou das atitudes tomadas durante a vida de cada profissional em se acomodar e não fazer nada? Perguntas sem respostas fáceis.
O mundo profissional é uma grande máquina de profissionais off-line do mercado, no que tange a seguirem um padrão pré-determinado em apenas aguentar o máximo possível ali, e para os que enxergam as engrenagens do mundo, tem duas opções:
- Fique no jogo, seja uma engrenagem, produza para terceiros, sacrifique-se por uma falsa instabilidade de vida, enquanto o seu intelecto e forças se esvaem a cada passar de sua vida, fazendo com o que o mundo transforme cada vez mais, e você cada vez mais sem sintonia com a realidade, apenas sobrevivendo.
- Arriscar-se, ser ousado, impor os conceitos que ali praticou por anos, e ainda aprende com os fenômenos e entendimento de diversos sinais e horizontes do mundo e da vida, colocando em prática tudo aquilo que objetiva, sendo totalmente coerente com a possibilidade de frustração, pois as engrenagens não são fáceis de substituir, pois a padronização de players no mercado de trabalho é banal, e lutar contra um emaranhado de bacharéis, profissionais qualificados, espaço, imagem, estudos, fazer gestão de sua vida profissional e pessoal, superar as tristezas e dificuldades diárias, é para poucos, pois muitos preferem ceder essa pouca liberdade que o Estado nos dá, uma migalha do contrato social que nos restou, para que possamos trazer algo para o mundo, além de ser apenas uma engrenagem para o fazê-lo girar, como ocorre neste exato momento, sem mais.
“Fortis, Fortuna Adjuvat”.
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