Mercantilização da advocacia e o papel do jovem advogado

Atualmente, esse tema tem-se mostrado muito pertinente levando em conta os diversos percalços que passamos como futuros ou atuais advogados. Porém, não se engane, isso não só se faz presente na área jurídica, como juristas, mas simplesmente como pessoas procurando ingressar no mercado de trabalho e se alavancar na carreira.

O que tem se discutido é a possibilidade ou não do jovem advogado, principalmente em poder divulgar seu trabalho de uma forma mais “direta”, por assim dizer.

Há sim um entendimento pacificado regulamentado no artigo 5° do Código de Ética da OAB: “O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização.”

Mas, em suma, o que isso quer dizer? Significa que, nós como advogados (as) não podemos fazer um marketing direto, ou seja, à título de exemplificação, colocar nas redes sociais: “‘Fulano Advogados’, venha no nosso escritório na rua tal! Traga um cliente e leve uma consulta de graça!”.

Por um lado, creio que esteja certo, pois não podemos baratear o nosso trabalho, sendo que, em tese, estudamos cinco anos para nos tornarmos bacharéis em Direito e ainda fomos aprovados no talvez, exame mais concorrido da área jurídica. Contudo, como ficam os jovens advogados (as) que passaram por todas essas etapas e necessitam divulgar seu trabalho para conseguir ter seu nome reconhecido no meio jurídico? Que, por sinal, se mostra extremamente concorrencial.

Infelizmente, por mais que falem sobre trabalho em equipe, coletividade, a advocacia é uma atuação de concorrência, pois subsiste aquele que passa maior credibilidade perante seu futuro ou atual cliente e demonstra uma maior “capacidade” em tal setor.

E como se já não bastasse esse constante “teste” que precisamos passar com nossa clientela, ainda nos deparamos com uma limitação no como podemos expandir e propagar nosso trabalho. Não necessariamente temos ou precisamos menosprezar nosso labor com táticas mercadológicas baratas, mas precisamos e temos que possuir instrumentos e diretrizes palpáveis para podermos captar clientes, pois, no final, é isso que importa, não é mesmo?

O senso de Justiça, o amor pela advocacia mostram-se aspectos secundários, porque o que realmente importa, na prática, é ter o “nome reconhecido na praça”, ter uma cartela de clientes avantajada. A ‘bagagem’ importa, a imagem importa, isso é fato!

Agora, o que resta é acharmos, como futuros jovens advogados uma saída aceita e plausível para seguirmos nossa trajetória jurídica de forma que possamos divulgar nosso trabalho sem usufruir de “mercantilização” e mesmo assim sermos ‘vistos’ como bons profissionais no Mercado. Desafio em meio a limitações e estereótipos sociais? Com certeza, mas é uma luta incessante pela frente que temos que enfrentar.

 

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Rachel Melchert

Acadêmica do 5º ano de Direito do Centro Universitário Armando Alvares Penteado (FAAP - SP). Membro colaborador da Comissão de Acadêmicos de Direito da 116º Subseção do Jabaquara - Saúde da OAB - SP. Membro articulador do Grupo de Estudos de Direito Civil da FAAP (GEDC - FAAP). Entusiasta e pesquisadora do Direito Imobiliário e Empresarial. Colunista do Blog JusTalks.
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Atualmente, esse tema tem-se mostrado muito pertinente levando em conta os diversos percalços que passamos como futuros ou atuais advogados. Porém, não se engane, isso não só se faz presente na área jurídica, como juristas, mas simplesmente como pessoas procurando ingressar no mercado de trabalho e se alavancar na carreira

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