Na dúvida, estude.

Na dúvida, estude! No meio de toda essa dificuldade e transportando nosso conceito de Mutatis Mutandis para esfera profissional e antropológica, entende-se que a relativização do trabalho pelo dinheiro tornou-se banal, pois o sujeito- objeto da relação se inverteu, criando-se o “objeto-sujeito” onde quitar seus compromissos tornou-se uma conditio sine qua non, no qual você cede investimentos em si mesmo (estudo, outras formas de renda) e vive apenas no agora (contas pagas).

Esse pensamento coletivo de que primeiro devemos as obrigações do mundo depois, o que sobrar, resta-se em viagens e vistas bonitas para postar em suas redes, definem o parâmetro donde sua carreira vai, apenas para manutenção do seu “termostato” ajustado com o pouco para questão profissional e intelectual, elucidado pelo Professor Evnis Talon em seu curso: “Na dúvida, estude”.

O que mais se enxerga atualmente numa sociedade é qual rumo estamos indo, exemplo: o retrato da qualidade x quantidade, isso é preocupante, tanto no Direito como em outras profissões, pois hoje, mais se sobrevive do que vive, e usamos os olhos para pregar peças em nossa mente, visando coisas e lugares que nos remetem a uma falsa sensação de sermos livres e obter falsas sensações de prazer, como aponta Freud1:

Então passaremos à questão menos ambiciosa: o que revela a própria conduta dos homens acerca da finalidade e intenção de sua vida, o que pedem eles da vida e desejam nela alcançar? É difícil não acertar a resposta: eles buscam a felicidade, querem se tornar e permanecer felizes. Essa busca tem dois lados, uma meta positiva e uma negativa; quer a ausência de dor e desprazer e, por outro lado, a vivência de fortes prazeres. No sentido mais estrito da palavra, “felicidade” se refere apenas à segunda. Correspondendo a essa divisão das metas, a atividade dos homens se desdobra em duas direções, segundo procure realizar uma ou outra dessas metas — predominantemente ou mesmo exclusivamente.

O sucesso definitivamente não é para todos, pois ninguém nasce com superpoderes e dons, como alguns acham que possuem, o esforço determina o nível dos seu termostato do quanto você pode ir longe, não caiam nesse conceito de que: “Crise” “mercado está difícil”, oras, sempre foi difícil desde que me conheço por pessoa titular e obter a minha capacidade civil plena, sempre foi difícil, sempre será.

Se entregar em meio ao relativismo e tentar levar outros juntos para o mesmo status quo, desestimulando o crescimento, é mais fácil do que estimular com conhecimento e conselhos valorosos, o que está muito em falta hoje em dia.

O que vemos é uma dinâmica contramaré, sempre justificando seu fracasso porque não teve oportunidades, porque a vida é diferente de fulano e cicrano, a questão é complexa, abrange muitos fatores culturais e comportamentais, e isso traduz no campo profissional e nada vida, pois á práxis forense é um dos reflexos da sociedade de hoje, mediocrizada.

 

Bibliografia utilizada

[1] FREUD, Sigmund, O MAL-ESTAR NA CIVILIZAÇÃO, NOVAS CONFERÊNCIAS INTRODUTÓRIAS À PSICANÁLISE E OUTROS TEXTOS, (1930-1936) TRADUÇÃO PAULO CÉSAR DE SOUZA, Editora Companhia das Letras, Sāo Paulo, 2009. p. 20-21.

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Rafael Souza

Bacharel em Direito pela Faculdade Das Américas (FAM). Membro colaborador da Comissão dos Acadêmicos de Direito da 116a Subseção Jabaquara- Saúde da OAB/SP. Membro Assistente da Comissāo de Direito Constitucional e Filosofia e Argumentaçāo da 116a Subseção Jabaquara- Saúde da OAB/SP. Membro assistente do IGOAI (International Group of Artificial Intelligence) Colunista do Blog Justalks.

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