Farei uma rápida análise sobre um sentimento nocivo, comparado a drogas como, cocaína, álcool, súmulas vinculantes, ativismo judicial e outras substâncias. Instaura-se uma obsessão patológica de dominação daquela pessoa, objeto, posição de um cargo, religião, ou visão dogmática política e jurídica, sim, eu falo dos efeitos da paixão!!!
Shakespeare(1) já retratava em sua obra Romeu e Julieta, sobre a paixão, o amor exacerbado que praticamente dominou ambos, levando a cometerem suicídio (dando spoilers).
Faremos uma analogia dessa visão nível Nostradamus de Shakespeare, no qual hoje em dia crimes são praticados e os motivos são sempre:
ciúmes, traição, e jargões psicológicos como “relacionamento abusivo” derivado dessa “paixão” perniciosa, fazendo o agente (homem e mulher) a praticar um delito. Uma vontade dominadora pelos instintos de uma pessoa doente e possessiva, um ser primitivo, perde a sua racionalidade como se dependesse daquele(a) para viver o resto de sua vida.
Fazendo um breve giro ontológico sobre a paixão, Sófocles(2) em “a guerra de Tróia (Ilíada)” o ponto chave para que o rompimento do acordo de paz, foi justamente pela paixão de Paris por Helena, esposa de Minelau, irmão do rei Agamenon, usando como forma de “vingança” pela traição de sua esposa, afetado pela vergonha, vendo sua imagem e honra serem manchados, Minelau implora ao seu irmão Agamenon, cujo tinha ambição sobre aquelas terras dos Troianos, foi de fato um motivo forte para exortar seus exércitos para o inevitável conflito, gerando a guerra de Tróia.
Esse tipo de sentimento está erroneamente atrelado a moral na sociedade, um perigo total, pois é automaticamente um sentimento de auto-sabotagem, gerando grandes efeitos e catástrofes. Mas, por que desse tema derrepente? Justamente para ilustrar que um conceito de visão política, ou moral, é atrelado a paixão que é atrelado ao ódio-amor, sendo ambivalente, nos dias atuais, contribuindo para dogmas políticos e jurídicos e suas ideologias com bases razas, transbordando sempre a água do copo.
Desde meu primeiro artigo venho alertando sobre a falta de coerência e racionalidade dos agentes, dos jogadores que estão envolvidos em suas respectivas ciências, Política, Economia, Direito, o povo. O direito não pode ser formado por ideologias que delegam apenas para poucos, ou por sua crise de existencialismo perante ao mundo, boa parte nascem das fontes dos rios das redes sociais, e contrariando a lógica de Heráclito, “pode entrar duas vezes no mesmo rio”, pois o modus operandi continua o mesmo de anos atrás, sempre girando as mesmas ideias, enquanto a sociedade cada vez mais tenta fugir da realidade e cada vez mais abdicam sua vontade em pesquisar e procurar as informações, os fatos.
Porém a sua paixão corrosiva, delega na figura Ad Hoc as suas dúvidas e sua paixão a uma IA (inteligência artificial) afastando o Ser do pensamento questionador, transformando numa sociedade sensível, automatizada, com crises de existencialismo, querendo criar sempre um falso ídolo (the chosen) mas nessa Matrix em qual vivemos, não temos um Neo para nos salvar, e sim devemos resgatar a essência do ser humano, em buscar as questões e repostas do universo através de suas próprias investigações.
Ao tomar decisões irracionais, guiados pela moral e sua paixão, atrelado a sentimentos ambivalentes como, amar-odiar, judiciário legislando, solipsismo reinando, oposição política como a única fonte da razão, tolhendo a liberdade da informação e pensamento. Assim termino com uma icônica frase do livro (1984) de George Orwell(3):
“Amem o Grande irmão, o Grande irmão ama vocês! Guerra é paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força”.(sic)
Post Scriptum
Desculpe pela minha prolixidade, mas o tema é relevante, se realmente fizermos uma leitura minuciosa aos fatos, veremos a coincidência trazida desde o teatro Grego e suas tragédias, de um sentimento a uma ideologia, pessoa ou alguma rede social. Não seria a minha crítica ao amor familiar ou o amor de casais maduros, seria a paixão em diversos setores da sociedade, pois quando se perde a racionalidade das coisas, se perde tudo, e torna-se membro vitalício do retardo epidêmico.
Bibliografia
(1) Romeu e Julieta, Editora: Penguin; Edição: 1ª,2016
(2) José Roberto de Castro Neves (Autor), A Invenção do direito: As lições de Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes, Editora: Edições de Janeiro,2018. Confira aqui.
(3) Orwell, George, 1984, Editora: Companhia das Letras; Edição: 1ª ,2009. Confira aqui.
* Você pode conferir outros livros recomendados na página Recomendações.