O início da Era do Direito 4.0

O Direito tende a seguir um novo rumo na história, depois de 194 anos, um dos cursos mais tradicionais do país, mutatis mutandis, agora não mais, se tornou um produto de fácil alcance, transformando-se no que chamo de “Direito 4.0” totalmente inclusivo para aqueles que buscam o mais resumido dos conteúdos disponíveis para estudo, pois agora a qualidade perdeu seu comprometimento, se tornando latente um curso que fará companhia a língua do Latim ambos “mortos”.

O percursor deste fenômeno in terrae brasilis, a pandemia, devido ao COVID-19 foi submetido um sistema totalmente em EAD, e como os custos de transação (manutenção, aluguel, funcionários, contas de energia e água) foram mínimos, certamente as universidades meio que “forçaram a barra” e finalmente conseguiram: um curso 100% em EAD! O que eu temia ocorreu, teremos um diploma em PDF.

No entendimento do jurista Luiz Felipe da Rocha Azevedo Panelli [1]:

Em um contexto distópico, marcado por uma pandemia, por sucessivas ameaças à ordem democrática, por grave crise ambiental e econômica e pela deterioração da institucionalidade, a notícia passou razoavelmente despercebida. Contudo, não deveria. É necessário que a ela seja dada a devida atenção. Se, em breve, comemoraremos o dia da fundação dos cursos jurídicos no Brasil, essa aprovação de curso 100% online e “tripartido” pelo MEC deve entrar na história como a data do fim dos cursos jurídicos brasileiros.

Gostaria de dizer que o parágrafo anterior traz apenas um exagero retórico, uma espécie de hipérbole. Não é o caso, infelizmente. Acredito piamente que a decisão do MEC martelou o último prego no caixão dos cursos jurídicos brasileiros, que já estavam com o velório preparado há bastante tempo.

O cenário não parece fértil para os milhares de bacharéis do curso de Direito, e recém advogados, o Marketing abusivo que encontramos nas redes sociais, e suas dancinhas desconexas com a Práxis forense, incentivam ainda mais uma “advocacia humanizada” e seu conteúdo atrativo publicitário, vivemos para presenciar o nascimento do Direito 4.0, e tudo o que foi feito durante os 194 anos do curso de Direito no País, será apagado na mesma velocidade de um Post arrependido no Instagram de alguém que não gostou do que postou, o curso de direito literalmente foi sugado pela Matrix, infelizmente.

“Et immortalem iustum est ut diu ut memoria tui sit”.
“O imortal, contanto que seja lembrado”.

POST SCRIPTUM

Desejo boas-vindas aos novos alunos do curso de direito 4.0, porque agora os casos serão reais, ops…virtuais!

BIBLIOGRAFIA

[1] Luiz Felipe da Rocha Azevedo Panelli, advogado, assessor parlamentar e doutor em Direito do Estado pela PUC-SP. https://www.conjur.com.br/2021-ago-04/luiz-panelli-morreu-194-anos-curso-direito-brasil?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

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Rafael Souza

Bacharel em Direito pela Faculdade Das Américas (FAM). Membro colaborador da Comissão dos Acadêmicos de Direito da 116a Subseção Jabaquara- Saúde da OAB/SP. Membro Assistente da Comissāo de Direito Constitucional e Filosofia e Argumentaçāo da 116a Subseção Jabaquara- Saúde da OAB/SP. Membro assistente do IGOAI (International Group of Artificial Intelligence) Colunista do Blog Justalks.

O início da Era do Direito 4.0

O Direito tende a seguir um novo rumo na história, depois de 194 anos, um dos cursos mais tradicionais do país, mutatis mutandis, agora não mais, se tornou um produto de fácil alcance, transformando-se no que chamo de "Direito 4.0" totalmente inclusivo para aqueles que buscam o mais resumido dos conteúdos disponíveis para estudo, pois agora a qualidade perdeu seu comprometimento, se tornando latente um curso que fará companhia a língua do Latim ambos "mortos".

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