O mês do advogado celebra uma das profissões mais renomadas e antigas da sociedade. Com o passar dos anos, essa profissão, infelizmente, acabou se vulgarizando especialmente no quesito de profissionais sérios no mercado. Hoje, em função da proliferação das faculdades sem qualquer qualidade, temos profissionais medíocres atuando, que passam uma imagem negativa da profissão, tanto por impulsionamentos de marketing, autorizados pela OAB, como por demonstrações de ostentação irreal e dancinhas via Tik Tok.
Felizmente, trata-se de uma pequena parcela, porém poderosa, que traz uma visão equivocada do que seria um profissional mais “humanizado”. Acontece que o Direito é uma ciência, embora não exata, lida com diversas matérias sensíveis. Portanto, o profissional do Direito precisa ir além da mera interpretação das normas, se diferenciar pelo conhecimento, raciocínio e prática ética da profissão a fim de se destacar do grande número de profissionais atirados ao mercado a cada ano e assim adentrar à corrida onde não vale tudo por um lugar ao sol.
Com os acontecimentos recentes, vimos que a profissão de advogado está, a cada dia, menos respeitada. Talvez porque deixamos de ser egoístas e passamos a seguir uma onda, na qual satisfazer um grupo é o objetivo principal, um grupo que só vê sucesso no retorno financeiro a qualquer preço. De certa forma esta atitude enfraquece o indivíduo e diminui o seu valor e até suas prerrogativas, entre elas a de defender seu cliente com virtude, palavra que está fora de moda ultimamente.
Vejam um trecho de um artigo publicado sobre o egoísmo:
Para Ayn Rand [1], a sociedade criou o conceito negativo do uso da palavra “egoísmo”, ou seja, acredita-se que uma pessoa egoísta é um indivíduo essencialmente ruim: aquele que busca tirar proveito do sofrimento alheio. Todavia, a filósofa acredita que tal conceito é totalmente equivocado e prejudicial. Rand diz que uma pessoa egoísta é aquela que valoriza a si mesmo acima de tudo, mas sem jamais prejudicar o outro. Ao contrário, Rand afirma que justamente por ser uma ética egoísta, qualquer coisa que uma pessoa conquiste deve vir única e exclusivamente do trabalho e da produtividade daquele indivíduo.
Para mais aprofundamento sobre a virtude do egoísmo deixarei um link para a compra da obra “A virtude do Egoísmo” (The Virtue of Selfisheness) segue o link abaixo:
The Virtue of Selfishness (English Edition)
A profissão (histórica) do advogado é essencial para a manutenção da sociedade pois é dele que vem o dever de promover a defesa de seu cliente, buscar os seus direitos, é dele que vem o dever de ser um pouco mais egoísta, deixar de seguir a manada e começar a valorizar a si próprio, investir no conhecimento, investir seu tempo de forma eficiente e mostrar o que realmente é ser advogado, ou seja, saber lidar com os conflitos inerentes à qualquer sociedade, é gostar do que faz porque afinal “ser advogado não é para todos.”
“ Pereat Mundus, Fiat Justitia “. Acabe-se o mundo, (mas) faça-se justiça.
POST SCRIPTUM
A liberdade sem uma oportunidade se torna inócua, deixando ao precipício o vazio de ser livre, sem objetivos, sem casa, sem um lugar para retornar, uma base para fincar. Isso é liberdade? Liberdade sem oportunidade é uma prisão, onde o tamanho da sua cela é a liberdade da sua visão, na qual verá seu reflexo, por anos, talvez em forma de uma canção.
As engrenagens do mundo continuam girando, pessoas acordando cedo, no frio, no calor, na chuva, trabalhando, voltando no mesmo horário, às vezes um pouco adiantado, outras chegam atrasadas, culpando sempre alguma coisa que emperrou a sua engrenagem, pois o mundo avança para frente apenas, sem o risco de voltar um dia para trás, pois na liberdade que temos o agora não é mais.
Enquanto criam-se leis para nos dar o que é justo, a oportunidade para muitos não passa de um sussurro, sendo prudente ter ouvidos, porque as engrenagens do mundo moem sentimentos, objetivos e visões do melhor. Sem oportunidade a liberdade destrói.
Referências